Interpretação e Resumo sobre o capítulo 2 da sociedade do cançaso
Introdução
Seguindo na interpretação e resumo da sociedade do cansaço, chegamos no capítulo 2: Além da Soecidade Disciplinar. O capítulo é curto, apenas 4 páginas. Porém segue a tendência de capítulo profundo e mais chato do que ler um manual do MIPS.
Nesse capítulo ele define melhor a sociedade do desempenho (a do século XXI) e compara-a com a sociedade disciplinar (a do século XX).
O que é a Sociedade disciplinar?
A sociedade disciplinar (definida por Foucault) é uma sociedade feita de hospitais, asilos, presídios, quartéis e fábricas. Esses espaços são “espaços fechados” e definidos por muros. Seus habitantes são “sujeitos da obediência”. Ela se baseia no controle que as instituições fazem das pessoas.
Nesse sentido, a sociedade disciplinar é uma sociedade da negatividade (como a gente definiu lá na parte 1.
O que é a sociedade de desempenho?
A soeciedade do desempenho vem para quebrar isso. Seus habitantes são “empresários de si mesmo”. A sociedade do desempenho se define pela positividade (e mesmo aqui esse corno não define o que é positividade).
Porém, mesmo sem definir o que é positividade, nós conseguimos ter uma ideia do que ele trata. Basicamente, o autor define uma espécie de inconsciente social que busca maximizar a produção. Ou seja, você vai tentar ser o mais produtivo possível. A sociedade vai buscar meios e mecanismos para te incentivar a isso. Isso acontece porque é esse tipo de incentivo é mais eficiente do que as proibições.
Qual o problema disso?
A sociedade de desempenho traz consigo uma vioência sistêmica. O autor usa um termo interessante. Ele diz que ela causa “infartos psiquícos”. Ela vai adoecendo as pessoas por causa dessa pressão por desempenho. Vou citar um trecho direto do livro porque ele é pica e nada que eu disser vai conseguir resumir melhor o pensamento “O que torna doente, na realidade, não é o excesso de responsabilidade e iniciativa, mas o imperativo do desempenho como um novo mandato da sociedade pós-moderna do trabalho.”
Daqui em diante, o autor evoca um outro autor (Alain Ehrenberg) que evoca outro autor (Nietzsche). Vou tentar explicar a treta disso e como isso se encaixa nos problemas da sociedade do desempenho.
Segundo Ehrenberg, a depressão pode ser encarada através de uma espécie de “economia de si mesmo”. A depressão causada no século XX era causada pela soecidade disciplinar. O indivíduo era depressivo porque queria ser a si mesmo, porém a sociedade o impelia a ser alguma outra coisa. Porém, no século XXI (e na sociedade do desempenho), o que causa a depressão é é a pressão pelo desempenho.
Segundo o autor, Ehrenberg faz uma comparação equivocada sobre o tipo de humano da atualidade e o homem soberano de Nietzsche. Nietzsche vislumbrava o surgimento de indivíduos soberanos, capazes de exercer plenamente sua vontade e autonomia. No entanto, o sujeito contemporâneo, em vez de soberano, se tornou um explorador de si mesmo, caindo na armadilha da autoexploração e do cansaço extremo. Ou seja, ao invés de sermos pessoas soberanas que “trabalham por passatempo”, tornamo-nos pessoas consumidas pelo excesso de positividade.
E é aí, meus amigos, que vem o arremate. Na sociedade de moderna, como é o próprio indivíduo que causa esse mal a si mesmo, ele não tem defesas externas (como foi colocado no primeiro capítulo). O indivíduo depressivo (e que sofre de burnout) não tem nenhum tipo de defesa para essas agressões. Porque elas vem de dentro.
Nos liberamos das amarras externas do século XX para nos colocarmos sob uma pressão interna que é muito pior. Ao mesmo tempo que temos controle total sobre nós mesmos, nós usamos esse controle para nos aprisionarmos. O indivíduo que vive na sociedade de desempenho vive sobre uma espécie de “liberadade coercetiva” para maximizar o seu desempenho. E é esse paradoxo que adoece a gente.
Conclusão
Esse capítulo foi mais tranquilo de ler do que o anterior. Acho que estou pegando o jeito. Teve um trecho que eu não curti, porque eu fiquei com a sensação de que eu interpretei à revelia parte do texto sobre Nietzsche. No texto está escrito “Precisamente Nietzsche diria que aquele tipo humano está em vias de tornar-se realidade en masse; soberano não é o super-homem, mas o último homem, que apenas ainda trabalha” e tem uma fonte citada. Eu fui na fonte e não tem nenhuma referência a termos soberanos “em massa”. Mais do que isso, a fonte citada diz que as pessoas foram até Zaratustra pedindo para serem transformados nesses soberanos e ele dizendo que não transformaria eles assim.